segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Electroterapia Galvânica

Definição de Corrente Galvânica
Corrente eléctrica do tipo contínua uniforme (unidirecional) de baixa tensão e média intensidade.

            Tensäo            < 100 Volts
            Intensidade     >  50 Miliamperes

Fontes geradoras
Acumuladores (pilhas e baterias) e fontes de alimentação a corrente alterna com rectificação de onda completa.

Testes de polaridade
- Libertação de hidrogénio no polo (-).
- Libertação de oxigénio no polo (+).
- Experiência da batata com Iodeto de Potássio; Ao fim de 5 minutos após ter ligado o circuito, aparece uma coloraçäo azulada no polo positivo devido á migraçäo do Iodo.

EFEITOS FISICO-QUÍMICOS

Acção sobre as soluções electrolíticas
O corpo humano, pode ser considerado, quanto á permeabilidade dos seus tecidos á corrente galvânica, como uma série de lagos de água salgada, separados por septos protoplasmáticos muito finos.
Quando as moléculas de Cloreto de Sódio se dissolvem na água, dissociam-se em iões de Sódio (Na +) e em iões de Cloro (Cl -).
O fluxo de uma corrente eléctrica ao atravessar a solução de água salgada, provoca uma migração dos iões de Sódio para o polo (-) e dos iões Cloro para o polo (+).

Quando os iões Sódio chegam ao polo (-) e os iões Cloro ao polo (+), perdem a sua carga eléctrica e tornam-se átomos livres, não electrificados que, por sua vez, originam uma reacção química secundária.

            No polo (-) forma-se Soda Cáustica com libertação de Hidrogénio.
                        2 Na + 2 H2O  -->  2 Na OH + H2

            No polo (+) forma-se Ácido Clorídrico com libertação de Oxigénio.
                        4 Cl + 2 H2O  -->  4 HCl + O2
                        2 Cl + H2O    -->  2 HCl + O

Produção de calor
A produção de calor realiza-se de acordo com a lei de Joule.
Anaforese
Migração de partículas eléctricamente (-) para o ânodo ou polo positivo.
Cataforese
Migração de partículas eléctricamente (+) para o cátodo ou polo negativo.

EFEITOS FISIOLÓGICOS

Para efeitos comparativos, o organismo humano, comporta-se como um saco cheio de uma solução electrolítica, fundamentalmente, Cloreto de Sódio (Na Cl).
Quando aplicamos dois eléctrodos de corrente galvânica sobre o organismo, aparecem efeitos diferentes na vizinhança de cada eléctrodo denominados efeitos polares.

Aparecem também alguns efeitos na zona intermediária denominados efeitos inter-polares.

Efeitos Polares
Säo fenómenos de natureza química:


Pólo Positivo (+)

Pólo Negativo (-)
Reacção ácida

Reacção alcalina
Libertação de Oxigénio

Libertação de Hidrogénio
Queimadura ácida

Queimadura alcalina
Coagulação de tecidos

Liquefação de tecidos
Repele os iões positivos

Repele os iões negativos
Anaforese

Cataforese
Analgesia

Efeito espasmolítico
Vasoconstricção

Vasodilatação


Efeitos Inter-Polares
São efeitos e acções verificadas na zona que medeia a aplicação dos eléctrodos limpos.
Acção Vasomotora
A corrente galvânica determina na sua passagem, uma notável hiperemia, quando persiste umas horas após a sua aplicação deixa uma excitabilidade vasomotora marcada.
Diminui a estase e favorece a reabsorção de edemas.
Acção Trófica
A acção vasomotora condiciona um efeito trófico, produzido tanto pela activação circulatória como pelo movimento iónico inter-celular. Nos músculos atrofiados e paralizados, melhora a excitabilidade eléctrica.
Acção sobre o Sistema Nervoso
- A Vertigem Voltaica:
Se aplicarmos dois eléctrodos sobre as mastóides e, fazendo passar uma corrente galvânica de 2 a 5 miliamperes de intensidade, nota-se uma sensação de vertigem e nausea com desvio da cabeça para o polo (+) e mistagmo para o polo (-).
Esta actuação deve-se á acção da corrente sobre o ouvido interno.
- A Galvano Narcose:
O polo (+) tem um notável efeito analgésico e sedante.
Com o eléctrodo (+) colocado na fronte e o eléctrodo (-) colocado sobre o sacro, obtemos uma redução da excitabilidade reflexa
- A Acção sobre os Nervos Sensitivos:
O polo (+) diminui a excitabilidade do nervo.
O polo (-) aumenta a excitabilidade do nervo.
- A Acção sobre os Nervos Motores:
Com a abertura e fecho do circuito (ligar e desligar) observa-se uma acção excitomotora.
Efeito Térmico
O calor produzido pela corrente galvânica não é muito intenso, não sendo esta utilizada com finalidades termogénicas.


APLICAÇÃO PRÁTICA DA CORRENTE GALVÂNICA

A aplicação prática da corrente galvânica faz-se utilizando aparelhos, em cuja aplicação instrumental há a considerar os seguintes elementos:

            O Aparelho gerador
            Os cabos condutores de corrente
            Os eléctrodos

Galvanismo Médico
Uso da Corrente Galvânica sem introdução de substâncias medicamentosas, aproveitando os efeitos polares e inter-polares.
Observar a zona a tratar, ver se há erosões ou outras alterações cutâneas, cobrindo-as com plástico ou papel parafinado para que se não produzam queimaduras.
Os eléctrodos aplicam-se á pele com interposição de um tecido que se humedece, fixando-se de modo uniforme com tiras de borracha para que o contacto seja homogéneo.

Banhos Galvânicos:
Com os elétrodos imersos na água com Cloreto de Sódio a uma  temperatura de 32 a 36 graus centígrados.
Galvanismo Longitudinal:
Quando a corrente eléctrica percorre o membro da porção proximal à porção distal.
Galvanismo Transversal:
Quando a corrente elétrica atravessa o membro afectado transversalmente.
Eléctrodos:
Normalmente, utilizam-se dois eléctrodos iguais, ou um maior que o outro.
Neste caso, ao maior chamamos (eléctrodo indiferente) porque nele se apreciam menos os efeitos da corrente elétrica, enquanto ao mais pequeno chamamos (eléctrodo activo).
O eléctrodo activo será positivo ou negativo conforme os efeitos desejados.
Dose prescrita:
Depende de algumas circunstâncias como o tamanho do elétrodo, a intensidade da corrente e o tempo de aplicação.
O tamanho do eléctrodo varia conforme se pretenda uma acção geral ou local.
Quanto maior for o tamanho do eléctrodo, maiores intensidades se empregarão.
Esta intensidade deve ser tolerável e calculada de acordo com a sensibilidade individual do paciente.
Como regra, podemos dizer que utilizamos baixas intensidades com eléctrodos pequenos, enquanto que com eléctrodos grandes, a intensidade poderá ser maior.
O tempo de aplicação é geralmente de 10 a 15 minutos em sessões diárias num total de 10 a 20 sessões.

Indicações Terapêuticas da corrente galvânica

Sist.Neuro-Muscular
Sist.Circulatório
Nevrites
Angiospasmo
Nevralgias
Claudicação intermit.
Polinervites
Doença de Raynaud
Ciática

Lombalgias

Miosites

Tenosinovite

Contracturas

Torcicolos

Cãibras, etc.




Sist.Osteo-Articular
Artrite
Reumatismo Articular
Afecções.Reumáticas



Texto by A.Pires

Electroforese


Electroforese refere-se á migração de proteínas, colóides, moléculas ou outras partículas carregadas eléctricamente e, através das quais é passada uma corrente eléctrica.
A migração electroforética para as partículas de uma determinada substância dependem das características da partícula, a ter em conta:

            - A sua carga eléctrica
            - O seu tamanho ou peso molecular
            - A sua forma

Essa migração depende também das características e parâmetros de operação do sistema utilizado e das condições do meio receptor, tais como:

            - O pH
            - A força iónica
            - A viscosidade e temperatura do electrólito
            - A densidade e ligações cruzadas de qualquer matrix estabilizante (p.e. gel de contacto).
            - Características da corrente utilizada



As partículas carregadas eléctricamente, migram em direcção ao eléctrodo de carga oposta e as moléculas com ambas as cargas positivas e negativas, movem-se na direcção dependente da carga livre.
O valor da migração está directamente relacionado com a grandeza da carga livre na partícula e, é inversamente proporcional ao tamanho da partícula, o qual por sua vez, é directamente proporcional ao seu peso molecular.

A direcção e a taxa de migração de moléculas contendo uma variedade de grupos funcionais ionizáveis, tais como aminoácidos e proteínas depende sobretudo do PH do electrólito.

A mobilidade electroforética diminui ou aumenta com a força iónica do electrólito.

O efeito da temperatura sobre a mobilidade electroforética, é um efeito indirecto, porque a viscosidade do electrólito de suporte é dependente da temperatura.
A mobilidade, contudo, aumenta com a subida da temperatura do electrólito e a consequente diminuição da viscosidade.

O vídeo mostra um exemplo da técnica de Eletroforese. A electroforese ou separação electroforética assenta na migração de moléculas carregadas por aplicação de um campo eléctrico.



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Texto by A.Pires

Corrente Eléctrica

Conceitos Básicos
Atendendo á forte componente electrónica que rege os principios da Oligoterapia, parece-me importante incluir neste trabalho, alguns conceitos básicos sobre Electricidade, por forma a chegarmos á migração dos elementos e a sua aplicação em electroforese.
A palavra "Electricidade", tem origem no grego "electron", nome do âmbar amarelo, substância que possui a propriedade de atrair os corpos leves quando friccionada.
Verificou-se mais tarde que esta propriedade é comum a todos os corpos, só que nos materiais isolantes como o vidro ou a ebonite a electrização dá-se só nas extremidades enquanto que nos materiais condutores tais como o Cobre ou o Alumínio a electrização dá-se em toda a superfície.

Interpretação dos Fenómenos de Electrização
Sintetizando as noções sobre partículas atómicas, sabemos genéricamente que o átomo é constituído por:

1)         Um núcleo cuja massa é quase igual á massa total do átomo e que se caracteriza por uma carga eléctrica positiva.
2)         Pelos electröes que estão distribuídos em órbitas em volta do núcleo, são caracterizados por possuirem cada um uma carga eléctrica negativa.

Admitindo uma grandeza desprezível para a massa dos electrões, o átomo permanece inalterável na sua massa mesmo quando perde ou ganha electrões.
Tomado em conjunto, o átomo é neutro do ponto de vista eléctrico. Tem igual número de cargas positivas e de cargas negativas.
Entretanto, alguns átomos apresentam electrões que escapam á atração positiva do núcleo: tratam-se de electrões livres que sob o efeito de várias influências abandonam o átomo e este torna-se positivo.
Este fenómeno explica a experiência da electrização por atrito em que uma vareta de vidro friccionada com um pano de lã perde electrões e torna-se positiva, enquanto que o pano de lã que os absorve se torna negativo.
Qualquer que seja a forma de electrização, esta deve-se apenas ao movimento dos electrões. O núcleo não entra em jogo neste fenómeno.

As principais unidades de medida
            Como principais unidades de medida em Electricidade e, directamente relacionadas com o nosso trabalho, referimos:
-           Potencial eléctrico ou Diferença de potencial
-           Capacidade eléctrica ou Condensação
-           Intensidade
-           Resistência
Potencial eléctrico ou Diferença de Potencial
Quando dois corpos de potenciais diferentes säo postos em comunicação, há um movimento de electricidade do que está com um potencial mais alto para o que está com um potencial mais baixo, a diferença de potencial actua como uma força electromotriz.
A transmissão de electricidade de um corpo a outro é um fenómeno análogo ao da passagem de um liquido entre dois vasos comunicantes situados a níveis diferentes.
A unidade utilizada para medir a diferença de potencial entre dois corpos é o VOLT (V).

Capacidade Eléctrica ou Condensação
Se um condutor consegue transmitir electricidade numa quantidade diferente do que lhe foi préviamente transmitida pela fonte de energia a que esteve ligado, o potencial desse condutor também é diferente na mesma proporção (maior ou menor).
A propriedade que um corpo tem, sob determinadas circunstâncias, de transmitir maior quantidade de electricidade que, as que lhe foram transmitidas, chama-se capacidade eléctrica.

Convém advertir que a capacidade de um condutor não é uma propriedade intrinseca desse condutor, a experiência demonstra que depende näo só da forma e do volume desse condutor, como também dos condutores que estão próximos e do meio que os separa.

Intensidade da Corrente Eléctrica
A Intensidade da corrente eléctrica é a quantidade de electricidade que atravessa uma secção qualquer de um condutor durante a unidade de tempo.
Resistência Eléctrica
Todos os corpos mais ou menos condutores oferecem uma certa resistência á passagem da corrente eléctrica.
A resistência de um condutor depende de três factores:

1)         Comprimento
            A resistência do condutor é proporcional ao seu comprimento.
2)         Secção
            A resistência do condutor é inversamente       proporcional á sua secção.
3)         Natureza
            A resistência do condutor depende da sua        natureza (resistividade).

Alguns tipos de Correntes Eléctricas
Dividem-se em dois grandes grupos, Contínuas e Alternas. A arquitectura electrónica dos equipamentos confere características especiais a um destes dois tipos de corrente e, passamos a ter vários tipos de corrente eléctrica, identificada pela forma da sua onda no osciloscópio.
Os dois tipos de ondas características da corrente eléctrica:


CONTÍNUA


ALTERNA
V


V








0

0





t


t

Direi no entanto, que para ionização, apenas as correntes do tipo contínuo servem, como por exemplo as seguintes:


Uniforme

Interrompida
V

V











0
t
0
t



Pulsatória
V





0
t


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