Diáteses

Ao conjunto de características semiológicas que definem um terreno constitucional, chamamos Diátese. Uma Diátese exprime a transição entre o "estado de saúde" e o "estado lesional".

A Diátese relaciona o doente ligado a uma disfunção orgânica, de uma forma individualizada pelas suas reacções pessoais.

O comportamento diatésico é o reflexo móvel de um estado físico em evolução. Um estado patológico é fisiológicamente a consequência de uma anomalia crescente das trocas metabólicas e um bloqueio progressivo das funções reguladoras.

Uma lesão é patológicamente o resultado de uma perturbação metabólica. A terapêutica pelos catalizadores é muito útil pelos seus poderes reguladores e despolarizantes.

Diátese I                     Alérgica ou Artrítica
Predomina nos jovens e adolescentes. Os fenómenos patológicos são agudos mas raramente graves. Costuma evoluir com mais frequência para a diátese III (distónica).
Há um excesso de reacções tanto comportamentais como sintomáticas.

Sinais comportamentais da Diátese I
Cansaço matinal
Hiper-actividade para o fim do dia
Fadiga que desaparece com o esforço
Má memória episódica
Muito enérgico
Optimista
Nervoso
Colérico
Impulsivo

Semiologias da Diátese I
Alérgica                      Eczemas, Urticária de repetição, Asma alérgica, Sinusite alérgica
Cardiovascular          Précordialgias, Taquicardia emocional, Hipotensão
Digestiva                    Nauseas, Digestões lentas, Vómitos, Colite
Endócrina                   Disfunção tiroideia (hiper)
Uro-Genital                Dismenorreia, Urina ácida
Faneras                      Unhas quebradiças, Queda de cabelo, Artrite dentária
Reumatológica          Dores reflexas, Artrites agudas não deformantes, Ciática, Lombalgias

Riscos de evolução patológica da Diátese I
Hipotensão arterial (acima dos cinquenta anos)
Artrites crónicas
Litiase vesicular e renal
Asma crónica
Eczemas
Doença de Basedow
Fibromioma tumoral ou hemorrágico

Terapia Diatésica da Diátese I
Manganésio    Corrector de base
Enxofre             Disfunção Hepática dominante
Iodo                   Disfunção Tiroideia dominante

Diátese II       Hiposténica ou Artro-Tuberculosa
Caracteriza-se por hipotonia. Este terreno aproxima-se do Tuberculinismo dos homeopatas.
Encontra-se com frequência nas famílias cujos parentes (pais ou avós) sofrem ou sofreram de problemas respiratórios e de estados hiposténicos.

Sinais comportamentais da Diátese II
Fadiga progressiva por falta de resistência
Fatigável com o esforço
Má memória por falta de resistência
Medianamente enérgico
Moral irregular com indiferença
Tendência á reflexão
Calmo
Cauteloso
Sono muito bom

Semiologias da Diátese II
Respiratória                Rinites, Faringites, Laringites, Traqueítes, Bronquites, Sinusites
Linfática                       Adenites
Sistema Digestivo     Perturb. duodenais, Enterocolite, Alternância de Diarreia e Obstipação
Uro-Genital                 Cistites ligeiras reincidentes, Dismenorreias
Endócrina                   Hipotiroidismo
Reticulo-Endotelial    Anemia com Leucopenia
Osteo-Articular           Atraso na ossificação, Laxidez ligamentar
Pele                             Prurido, Eritemas polimorfos, Acne, Psoríase

Riscos de evolução patológica da Diátese II
Tuberculose em todas as suas formas
Reumatismos crónicos deformantes
Asma crónica
Bronquite crónica
Colite crónica esquerda
Ulcera duodenal

Terapia Diatésica da Diátese II
Manganésio-Cobre     Corrector de base
Enxofre                          Nos sintomas antigos
Fósforo                          Nos sintomas recentes

Diátese III                  Distónica ou Neuro-artrítica
Esta diátese aparece normalmente no adulto, raramente é constitucional. Geralmente é a evolução da Diátese I (Diatese Alérgica não tratada).
É um sinal de alarme para o terapêuta, pois a instalação de disfunções orgânicas de degenerescência não estão longe.

Sinais comportamentais da Diátese III
Fadiga de manhã, voltando ao fim da tarde
Má memória que se acentua progressivamente
Ligeiro pessimismo com ansiedade
Sono mau com ansiedade

Semiologias da Diátese III
Neuro-Vegetativa  Espasmos epigástricos, Inchaço das extremidades, Hemicranianas difusas
Circulatória             Hemorroidas, Pernas pesadas, Edemas dos membros inferiores, Varizes, Precordialgias
Digestivos               Aerofagia, Dispepsia, Gastrite, Colite espasmódica direita
Osteo-Articular       Algo-Neuro-Distrofias, Artrose, Estados gotosos
Pele                          Urticária crónica, Eczema crónico, Líquen
Uro-Genitais            Oliguria, Uremia, Menopausa

Sinais Biológicos de Análise da Diátese III
Aumento da taxa de Ureia
Aumento da constante de Ambard
Alcalose
Anemia em alguns casos

Riscos de evolução patológica da Diátese III
Trombose
Enfarte do miocárdio
Arterite
Aortite
Ulceras Gastro-Duodenais
Artrose deformante, dolorosa, evolutiva
Uremia
Estados cancerosos

Terapia Diatésica da Diátese III
Manganésio-Cobalto  Corrector de Base
Enxofre                          Disfunção artro-digestiva
Iodo                                Disfunção hipofiso-genital
Cobalto                          Disfunção circulatória
Magnésio                      De origem recente
Minero-C                       Dor recente
Minero-Vita                   De origem antiga

Diátese IV                  Anérgica
Esta diátese nunca é constitucional. Geralmente é uma evolução das diáteses precedentes e, normalmente muito grave.
Aparece brutalmente após medicação prolongada e mal tolerada, principalmente nos tratamentos com antibióticos e em acidentes ou choques morais repetidos.

Sinais comportamentais da Diátese IV
Fadiga permanente
Má memória
Desconcentração
Falta de energia
Pessimismo com depressão
Apático e confuso
Sono mau com pesadelos

Semiologias da Diátese IV
Infecciosa                   Infecções de repetição, Otites, Anginas, Cistites, Febre inexplicável
Osteo-Articulares      Reumatismo evolutivo, Osteomielites
Pele                             Furunculos de repetição, Acne, Antraz

Sinais Biológicos de Análise da Diátese IV
A V.S. pode estar aumentada
Perturbações no hemograma
Alcalinidade aumentada
Factor rH aumentado

Riscos de evolução patológica da Diátese IV
Anergia total
Sistema imunológico em disfunção
Tuberculose local ou geral
Reumatismos crónicos graves
Poliartrite evolutiva
Rectocolite hemorrágica
Leucemia
Estados cancerosos
Senescência precoce e irreversivel

Terapia Diatésica da Diátese IV
Cobre-Ouro-Prata       Corrector de base
Manganésio                 Se o terreno é Alérgico
Manganésio-Cobre     Se existir Hiposténia
Manganésio-Cobalto  Se existir Distonia
Lítio                                Se existir depressão
Enxofre                          Se existir disfunção hepática
Iodo                                Se existir disfunção tiroideia
Fluor                              Se existir desmineralização
Minero-Vita                  Como suporte imunológico

Sindroma de Desadaptação ou Diátese V
Não é própriamente uma Diátese (apesar de alguns autores considerarem o Sindroma de Desadaptação como Diátese V) mas sim uma modalidade "reaccional" ao agravamento dos sintomas de uma das Diáteses anteriores.
Este Sindroma joga de maneira prioritária com o Sistema Endócrino e em particular com o Hipofiso-Suprarenal.

Sinais Comportamentais da Diátese V
Quebra súbita de energia
Moral irregular com indiferença
Alternância de carácter
Sonolência
Distúrbios genitais e endócrinos

Semiologias da Diátese V
Disfunçöes Endócrinas:
            Hipofiso-Genital           Disturbios menstruais, Menopausa
            Hipofiso-Suprarenal   Com Impotência, Com Frigidez
            Hipofiso-Pancreático  Hipoglicémia, Disturbios digestivos
            Sindroma prostático

Riscos de evolução patológica da Diátese V
Não são específicos, pois dependem de Diáteses anteriores, podem no entanto incluir-se nesta categoria os:

            - Sindromas adiposo-genitais
            - As Prostatites crónicas
            - O Mongolismo

Terapia Diatésica da Diátese V
Zinco-Níquel-Cobalto            Hipofiso-Pancreática
Zinco-Cobre                            Supra-Renal e Genitais
Iodo                                           Tiroide

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Texto by A.Pires